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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Lugar Mágico



Quando eu e meus primos passamos pelos portões enferrujados, vi flores gigantescas, anões passeavam de um lado para o outro, casinhas de um cômodo apenas, na cor de terra, com telhas de cerâmica.

Não me lembro o que fui fazer lá! Muitas lembranças são bem claras, os sorrisos enrugados, os cabelos brancos, as mãos manchadas, pessoas felizes ao ver crianças. Não vou mentir, de alguns tive medo!

O clímax foi quando entramos em uma casinha. A dona se vestia com roupas de cigana, sentei em uma cadeira no meio do cômodo, e ela começou a benzedeira, disse palavras estranhas e tocava minha nuca. Em minha cabeça infantil percebi que a cem metros de minha casa, depois da rodoviária existia um lugar mágico.

Cresci, mudei de casa, casei, mudei de casa e mudei de casa. Certa vez, depois de décadas, passei novamente pela rua da rodoviária e vi o terreno vazio. Hoje, um grande hotel sendo construído.

As flores gigantes eram girassóis, os anões eram anões comuns, e aquela senhora vestida como cigana era uma velhinha. Pessoas simples com sorrisos mágicos.


Imagem cedida :Anselmo Requena

5 comentários:

  1. Que texto mais lindo!!!
    Os olhos da Infância.
    Sempre digo que devemos cuidar muito bem da criança que está dentro de nós.Mas nunca havia me dado conta do que pode acontecer no nosso Universo Infância/Momento Presente.

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  2. Você é poeta. Somente o poeta vê coisas maravilhosas

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