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quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Praça Conde de Frontin

Tenho duas belas lembranças: a primeira é uma foto onde eu monto um cavalinho de mentira em frente a Igreja “N. S. do Bom Sucesso”, e a outra é mais especial, foi no dia 21 de fevereiro de 1974 ou 1975... Minha mãe colocou a melhor roupa e saímos pela “Pompílio Mercadante” em direção a praça Conde Frontin. Entramos na “Sorveteria Leal” onde meu pai já se encontrava, ele pediu três taças de saladas de fruta com sorvete e este foi o maior aniversário de minha vida.




Ah, há outros lugares e histórias... Me lembro bem da "Farmácia Santa Rosa" onde tentei fugir de uma injeção de penicilina. E a "Pastelaria Jacareí", eu e meu irmão fomos os primeiros clientes. Distribuíram pasteis grátis naquele primeiro dia. Fomos para a Vila Familiar onde morávamos e avisamos todas as pessoas, foi uma correria. Acho que comi uns cinco pastéis.

O “Cine Rio Branco”, onde conheci o “Jeca Tatu”, “Os Trapalhões”, “Simbad, o Marujo”, “Guerra nas Estrelas”, “007 e o Foguete da Morte”, “Grease, nos Tempos da Brilhantina” e muitos outros.

Também passei por alguns apertos naquela praça. Certa vez em frente a Igreja, caminhando para o fliperama da esquina (o pessoal chamava de “fliperama da velha”), um engraxate me encarou e perguntou o que eu estava olhando, minha resposta não foi nada delicada e quando a gente ia sair no braço, apareceram uns quinze engraxates não sei de onde, por sorte um deles era meu amigo e consegui me safar.

Na “Diniz Discos” comprei meu primeiro K7 do Led Zeppelin. A “Doceira do Vale” ajudou a conquistar meu amor. Na “Banca de Jornal Schiamarella” lia em um cantinho gibis de super heróis e para o senhor Schiamarella eu era um menino invisível, fazia questão de não me ver!




Neste meu último aniversário me presenteei com uma taça de salada de fruta e sorvete da “Leal”. Tirei uma foto e postei no Facebook. Fez o maior sucesso!

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Uma Carteirinha Vermelha e Branca.

Na sua infância qual foi o maior presente que você já ganhou? O meu foi uma carteirinha vermelha e branca!

Devia ter uns sete a oito anos. Eu e meus irmãos estávamos na sala e um por um foi chamado pelo meu pai e minha mãe para receber  ¨A carteirinha ¨. Quando peguei a minha corri para casa de meu primo que morava na mesma vila familiar, quando fui mostrá-la, qual minha surpresa? Ele também tinha uma. Parece que havia sido combinado, todos garotos e garotas da “Vila do Sossego” eram sócios do “ESPORTE CLUBE ELVIRA”.

Cambada! Esta era a expressão usada pelo meu pai à garotada que saia da Vila lá da Rua Pompílio Mercadante em direção ao clube, alguns de ônibus a maioria a pé. Naquela época precisávamos passar por uma ponte de madeira para atravessar o rio Paraíba. A atual ponte do “São João” estava sendo reconstruída e tornava nossa caminhada mais interessante.



O ginásio “Milton Scherma” ainda não existia e ali era a entrada do clube. Havia um casarão, as quadras de bocha, uma quadra poliesportiva e finalmente as piscinas, que eram o que imaginávamos. E tinha mais! Um parquinho para as crianças, o bar do seu “Dito” e os vestuários, e neste caminho dezenas de árvores frutíferas: mangueiras, jabuticabeiras, pitangueiras, abacateiros ...

As piscinas! No inicio eu ficava com minha mãe na piscina de
crianças. Na semana seguinte já estava na piscina de adultos. As brincadeiras eram muitas, descer de joelho o escorregador azul, mergulhar e atravessar a piscina por debaixo d’água, ou apenas ficar tomando sol.

Aquele carrossel azul de madeira do lado da quadra, eu, meus
irmãos e primos fazíamos ele rodar a “cem por hora”, parecia que seríamos jogados para fora a qualquer momento. Também tinha o
escorrega metálico, as balanças e por um tempo até a roda gigante.

Na hora do almoço íamos no bar do “seu Dito”. O sistema era de
ficha, a gente pagava e depois comia, era sempre um cachorro quente e uma coca cola. O pessoal sempre dizia: - “tem que esperar duas horas”, a gente não esperava nem cinco minutos para voltar para a piscina. Algumas vezes minha mãe fazia tortas de camarão ou frango e ali, com a visão do Rio Paraíba em mesinhas de concreto fazíamos nosso picknick.

Aprendi várias coisas neste clube: nunca ensinar uma prima a nadar, ela pode se afogar; nunca jogar bola com os adultos, quebrei um
braço; nunca jogar bola contra meu irmão “Neto”; ele sempre vai
ganhar; nunca empurrar os outros quando a piscina estiver lotada, meu irmão “Duza” caiu de cabeça em cima de uma senhora e não fui eu quem empurrei!

O seu Dito se tornou grande amigo de meu pai, depois que ele saiu do Elvira fomos algumas vezes em seu bar lá em São José dos Campos. Aquele lugar que meu pai chamava de “Náutico” se transformou em Educamais, onde entrei apenas uma vez com meu filho para matar as saudades de um tempo diferente.